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A erosão costeira é o recuo da linha da costa para o interior do continente, como resultado da ação do vento, da agitação das marés, em condições de fraca disponibilidade de sedimentos, no qual são removidos pelas ondas e transportado lateralmente pelas correntes de deriva litoral. Afora as mutações que se processam ciclicamente na natureza, as causas humanas desse impacto são decorrentes da ocupação irregular da zona de derma (faixa de praia onde ficam as barracas), das dunas e áreas de mangue, que constituem as estruturas protetoras da costa contra a erosão. Sabe-se também que, no Brasil (com exceção da região norte), nunca houve cursos d’águas importantes, que levasse o material erodido do continente em direção à praia, fazendo com que, consequentemente, ele seja distribuído na zona costeira. Os rios brasileiros são mais conhecidos como braços de mar do que verdadeiramente rios. . Seriam atos que contrariam a Lei Nacional de Gerenciamento Costeiro.

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A erosão costeira pode trazer diversas consequências, dentre elas, a redução na largura da faixa de areia (praia), perda e desequilíbrio de habitats naturais, aumento na frequência de inundações decorrentes das ressacas, aumento da intrusão salina no aquífero costeiro, destruição de estruturas construídas pelo homem, perda do valor paisagístico e do potencial turístico da região.Com o intuito de engordar a faixa de areia da praia do Icaraí, em 2010 foi construído um muro de contenção “big bag wall”, que planejava barra o avanço do mar, evitando que inúmeras casas e condomínios fossem engolidos pelo mar.

DEGRADAÇÃO DO AMBIENTE

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Entretanto, a praia do Icaraí, desde a década de 90, perdeu cerca de 300m da sua faixa de praia, ou seja, 1.5m a cada ano. As inúmeras intervenções na orla de Fortaleza aceleraram o processo natural de erosão das praias de Caucaia.O desgaste do litoral caucaiense foi iniciado a partir do decreto nº 504, de 7 de julho de 1938, que modificou à localização da construção do porto em Fortaleza, onde estava previsto na região central da cidade, próximo à Catedral de Fortaleza, e foi transferido para a Enseada do Mucuripe. 

Em 1939, deu início ao canteiro de obras para implantação da infraestrutura do primeiro trecho de cais. As primeiras funções executadas pela Companhia Nacional de Construções Civis e Hidráulicas (CIVILHIDRO), resultou a incorporação de 426 metros de cais acostável ao novo Porto de Fortaleza. Mudando  definitivamente, o destino natural das praias situadas no município de Caucaia. 

De acordo com o professor e coordenador do Laboratório de Geologia Marinha e Aplicada (LGMA), George Satander, as consequências dessa erosão costeira são diversas, todo um ecossistema pode mudar com a entrada de água mais salina, porém, essa introdução é algo gradual, o ambiente se modifica aos poucos. A água salgada do mar iria penetrar nos estuários, (onde ocorre a transição da água doce com a salgada), em seguida, os manguezais iriam se fazer presentes continente adentro. “Não é que seja ruim, você tem impactos bons e também negativos. A bruma, esse spray salino também iria penetrar mais na costa, já que o mar estaria mais próximo, havendo também inundações em áreas baixas da zona costeira. Já com o crescimento de manguezais, antigos níveis de lama iriam aparecer, como é o caso também de Parajuru, na costa leste do Ceará”, afirmou.

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